quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Verão - J.M. Coetzee


" Se os africanos eram eles, quem era nós ? os africânderes ?

Não. Nós era principalmente a gente de cor. É um termo que eu só uso com relutância , para abreviar . Ele - Coetzee - evitava esse termo o quanto podia. Eu mencionei o utopismo dele. Evitar esse termo era outro aspecto desse utopismo. Ele ansiava por um dia em que todo mundo na África do Sul não se chamasse de nada , nem de africano, nem de europeu, nem de branco, nem de negro , nem de nada, em que as histórias familiares estivessem tão emaranhadas e misturadas que as pessoas fossem etnicamente indistinguíveis, ou seja - pronuncio de novo essa palavra maldita - de cor. Ele chamava isso de futuro brasileiro. Ele aprovava o Brasil e os brasileiros. Claro que nunca tinha estado no Brasil."

( Sophie - professora em entrevista ao biógrafo inglês Vincente )

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