" Antes de qualquer pessoa , interrogaram Iákov, e ele fez ver que Matviei, na segunda-feira à tarde, partira para Vedeniápino a fim de jejuar antes de fazer a confissão, e que talvez serradores, que então trabalhavam na ferrovia, o tivessem matado. Quando o juiz de intrução lhe perguntou como se podia explicar o fato de Matviei ter sido encontrado no meio da estrada, se o seu chapéu estava em casa - seria possível que ele tivesse partido para Vedeniápino sem chapéu? E também por que motivo perto de Matviei, na estrada , sobre a neve , não encontraram nem um pingo de sangue,se ele tinha o crânio fraturado, além de ter o rosto e o peito enegrecidos de sangue. Iákov perturbou-se , confundiu-se e respondeu:
_ Não posso saber.
E aconteceu exatamente aquilo que Iákov temia: chegou o guarda, o policial pôs-se a fumar no oratório e Aglaia disparou pragas contra ele, disse desaforos para o comissário de polícia rural , e depois, quando conduziram Iákov e Aglaia para fora do pátio, os mujiques aglomeraram-se no portão e disseram:
_ Estão levando os beatos !- e todos pareciam contentes."
( trecho do conto "O Assassinato" da coletânea de contos do livro " Assassinato e outras histórias "- Anton Tchekhov )
" Da noite para o dia, tudo se acalmou. Quando se levantaram e olharam pela janela, os salgueiros desfolhados, com os galhos ligeiramente curvados para baixo, mantinham-se absolutamente imóveis, o tempo estava nublado, sereno, como se a natureza agora estivesse envergonhada de sua orgia, das loucuras da noite e das liberdades que havia concedido às suas paixões."
( trecho do conto "Em serviço" da coletânea de contos do livro " Assassinato e outras histórias" - Anton Tchekhov ).
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