" Para mim, escrever é físico . Sempre tenho a impressão de que as palavras estão saindo do meu corpo e não apenas da minha mente. Eu escrevo à mão e a caneta está arranhando as palavras na página. Posso até ouvir as palavras sendo escritas. Muito do esforço em escrever prosa, para mim, está ligado a criar sentenças que capturem a música que ouço na minha cabeça . Demanda um bocado de trabalho , escrever, escrever e reescrever até captar a música exatamente como você quer que ela seja . Essa música é uma força física.Você não apenas escreve livros fisicamente, mas também os lê fisicamente . Há algo sobre os ritmos da linguagem que correspondem aos ritmos de nossos próprios corpos. Um leitor atento encontra significados no livro que não podem ser articulados , os encontra no seu corpo. Penso que é isso que muitas pessoas não entendem sobre ficção. Espera-se que a poesia seja musical. Mas as pessoas não entendem a prosa . Elas estão tão acostumadas a ler jornalismo - sentenças funcionais que transmitem informações factuais. Fatos...apenas a superfície das coisas."
( trecho da entrevista concedida á revista literária The Believer Magazine que reuniu 21 entrevistas e publicou no livro "Conversas entre Escritores" - Editora Vendela Vida ).
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