se eu pudesse leria todos os livros que gosto pra ti, como não posso, escrevo as palavras encantadas que me encantaram.
terça-feira, 29 de junho de 2010
Ferreira Gullar
"Criação poética
O poema não tem plano.Escrevo meio cego.É uma descoberta passo a passo,algo que vai sendo revelado a mim mesmo a cada momento.Eu nunca presto atenção no modo como construo um poema.O poema,para mim, é a grande aventura de como fazer. Costumo dizer em palestras para estudantes que,quando vou escrever um poema, a página está em branco,e isso significa que todas as possibilidades estão abertas,são infinitas.No momento em que sorteio uma palavra,reduzo as possibilidades,o acaso é menor.Mas não sei o que vai acontecer.
A alegria da escrita
O poema é cura,não doença.Escrevo para ser feliz,para me libertar do sofrimento,não para sofrer.É a alquimia da dor em alegria estética.Mesmo quando a coisa é doída,amarga,naquele momento a transformo no ouro que é o poema."
Ferreira Gullar
( trecho da entrevista concedida á revista cultural Dicta & Contradicta )