se eu pudesse leria todos os livros que gosto pra ti, como não posso, escrevo as palavras encantadas que me encantaram.
terça-feira, 16 de abril de 2013
A Peste - Albert Camus
"Ele sabia o que a mãe pensava e que nesse momento ela o amava. Mas sabia também que não é grande coisa amar um ser, ou que, pelo menos, um amor não é nunca bastante forte para encontrar a sua própria expressão. Assim, sua mãe e ele se amariam sempre em silêncio. E ela morreria por sua vez - ou ele - sem que, durante toda a vida, tivessem conseguido ir mais longe na confissão da sua ternura. Da mesma forma, ele tinha vivido ao lado de Tarrou e essa noite ele morrera sem que sua amizade tivesse tido tempo de ser verdadeiramente vivida. Tarrou perdera a partida, como ele dizia. Mas ele, Rieux, o que tinha ganho? Lucrara apenas por ter conhecido a peste e lembrar-se dela, ter conhecido a amizade e lembrar-se dela. Tudo o que o homem podia ganhar no jogo da peste e da vida era o conhecimento e a memória. Talvez fosse isso o que Tarrou chamava ganhar a partida!"
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