" Subi o largo da Ordem vendo jovens que se beijavam com um desespero de quem vai morrer em breve e não pode esperar. Essa paixão doída dos adolescentes me comove cada vez mais, parece que o amor só é possível nessa intensidade na adolescência, quando contamos com a morte iminente.
Depois percebemos que ela demora, que a pessoa que amávamos tanto tem pequenos defeitos, que podemos muito bem ficar um dia sem ela, e uma semana de ausência não será tão terrível assim e, de repente, passaram-se dez anos e a falta dela é uma agulha que anda pelo corpo e só nos fisga em determinados momentos e sempre em lugares diferentes."